segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

aqueles olhos

Olhos que explicam e complicam,
que dizem tudo, quando nada dizem.
Olhos que perturbam e ferem.
Olhos que aliviam e salvam.

Olhos que chamam,
que gritam,
que se misturam.
Olhos que amam.

Dois olhos apenas,
mil olhares.
Dez mil intenções.

Olhos que choram,
olhos que sorriem.
Olhos que iluminam a vida.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

mudar o mundo

Entendo, hoje, que não posso mudar o mundo,
e que o único mundo que posso mudar sou eu.

Não haverá ódio, se em mim há amor.
Não haverá indiferença, se em mim há calor.
Não haverá marasmo, se em mim há ação.

Não há morte, porque sou vida.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Tempo . . .

Há tempo para amar, jogar-se sem reservas do penhasco e não se importar com que o vai acontecer. Há tempo para ficar quieto, observando tudo cautelosamente e esperando o momento certo de agir. Há tempo para silenciar-se, quando até mesmo as melhoras palavras colocadas da melhor maneira não vão adiantar. Há tempo para sorrir, tempo em que tudo faz sentido mesmo não fazendo – mas, tomados por uma substância única de contentamento, estamos felizes. Há tempo para chorar, deixando que as lágrimas levem todas as mágoas ou que sejam a materialização de boas emoções. Há tempo de correr, porque a vida – na sua acepção material – é curta. Há tempo de andar devagar, porque já se conquistou o possível e um pouco do  impossível. Há tempo de rever decisões, mudar de opinião é coisa de gente grande. Há tempo de ter certeza, porque os arrependimentos não farão com que certas coisas tenham acontecido de forma diferente. Há tempo para tudo, menos para não ser quem somos. Porque negar-se é o maior dos erros, e não viver.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Essência

Do muito que vivi,
quase tudo se foi.
As palavras, os gestos,
canções e preocupações
dissolveram-se no vento.

O mundo continuou a girar.
E eu, ali, quieto, ouvindo o nada.
As sombras saíram rapidamente.
E o medo virou pó.

As lágrimas que brotaram
eram doces, tinham cheiro de rosas.
A mente, parada, nada pensava.
E o coração pulsava em essência.

Não se ouviram gritos.
O silêncio era a realidade.
A alma apoderou-se de tudo.
Tudo virou alma.